terça-feira, 14 de julho de 2009

Soro.

Já sabia que o cansaço me ia tramar.
Tramado o gajo.
Apanha-me desprevenida e pimbas, "come lá porcarias e apanha gastroentrites e vai para o hospital que lá é que tás bem, ao menos tás quieta e não andas a inventar coisas para fazer!"

Bah.

Pior que ter a gastroentrite, foi a senhora médica "Ai, a menina não está nada bem. Vai ter de ficar e levar soro."

Pois, imagino, para eu ceder e ir ao médico é porque estava mesmo a doer. Não sou nada piegas. E hospitais cheiram mal, e os médicos são só charmosos de bata. Não gosto de visitá-los.

Lá fiquei. Sentada, na cadeira. Numa sala. Sala vazia. Luzes apagadas. Um lugar na cadeira gigante. Eu, num lugar tão grande. Com uma filha da puta de uma agulha espetada na mão. A não querer estar ali. A não me importar de estar ali, mas não desta forma. O vazio da sala vazia. A singularidade da cadeira de um lugar. A lembrar-me. A doer-me.

Já sabia que o cansaço me iria tramar. É sempre ele que me trama.

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