tic. tac. ouve o bater dos segundos passar e sente que há toda uma vida que não está a viver. tic. tac. eco-a-lhe o som na cabeça. está sentada à espera de conseguir vomitar palavras que façam sentido. sente-se desafiada, e são os desafios que a façam sentir. tic. tac. ensurdecer o som do filha da puta do relógio, a dizer-lhe que a cada segundo que está ali a olhar para o ecrã há uma vida que não está a viver. tic. tac. pum. pum. os sons estão coordenados agora. o bater do coração. pum. pum. percebe que estar parada também faz parte de viver. é obrigada a ouvir os pensamentos. a ouvir o coração. pum. pum. deslumbra-se e percebe que, afinal, o coração também bate. está viva e merece estes minutos de silencio. não se lembrava que o silêncio é precioso. tic. tac. é obrigada a pensar em si. pum. pum. o medo de pensar em si. tic. tac. estão coordenados. ainda não percebeu se é o coração que a coordenou e se foram os segundos a passar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário