sexta-feira, 11 de abril de 2014

Composição: resume de forma muito sucinta de aqui até agora.



Aqui: Paredes de Coura
Agora: Hoje

Detalhes: Escrever um número de telefone num papel. Decorá-lo inconscientemente. Loba. Combinar Paredes de Coura.

Paredes de Coura. Sentir tudo. dEUS. Ver Deus a ver dEUS. Permitir-me sentir tudo. Perder o medo. Casamento da Bodelagem. Desmaiar  (quase!) com a surpresa da presença do emigrante armado em chinês. Voltar a casa. Não estar sozinha. Apaixonar-me. Saber o que é ser dois em um. Cadelas. Sermos quatro em um, Sonhos. Fazer tudo. Dizer tudo. Estar em paz. Combinar coisas a dois. Nicolas Jaar. O episódio antes de Nicolas Jaar. Não saber o que somos mas não querer saber. Sentir, só, tudo. É sério. Os meus pais. Os pais dele. Não dormir sozinha desde a primeira noite. Fim de ano. Decisões. Mudar de casa. Partilhar. A nossa casa. Ganhar uma família nova. Descongelar o pedaço de coração que gelou aos 12 anos sobre cães. Aceitar que somos dois mais dois de quatro patas. As primeiras férias.  A avó doente. Não aceitar. Fechar o coração. Não querer sentir nada. Perder outra vez? A ultima viagem ao hospital, sozinha, sem saber que era a ultima. Assaltarem-me o carro. Os estilhaços de vidro partido misturados com a revolta da privacidade remexida. A capela com o caixão. Os abraços recebidos. Os abraços não recebidos. Não saber chorar. Não deixar a dor entrar. A dor a entrar toda em publico, de bíblia na mão e de padre ao lado. Misturar letras com lágrimas. Não saber se o som que me saí são palavras com letras ou com lágrimas. O olhar da mana. O abraço da mana. Aquela sala de 5m2 e o choro abafado de consolo. Mais um ano de sobrinho. Não esquecer nunca o momento em que após receber um presente em dizemos “Foi a avó do pau”, o sobrinho olha para o céu e diz “Muito Obrigado Avó do pau.” O baptizado do sobrinho mais novo. E do pai. Ser palhaça. A noite que me limpou a alma no Incógnito. Dançar de olhos fechados. Meco. Artic Monkeys. Queens of the Stone Age. Verão. Agosto outra vez. 1 ano a dormir a dois. Paredes de Coura. Chegar eufórica, partir noiva. ESTAR NOIVA. As malas para 7 dias da amiga de sempre que veio acampar sem tenda por duas noites. Ericeira. Férias a 8. Todos. Sentir que tudo faz sentido. Jantares. Copos. Praia. Amigos de toda a parte, juntos, connosco a celebrar. Fazer 30 anos. Sentir-me com 20. Frio outra vez. Os olhos pesados da mãe saudosa de ser filha. Os olhos sem brilho do tio. Fingir que não sinto nada para poder assumir o peso e os olhos baços. Lembrar-me Dela todos os dias. O dia de anos dela. O primeiro ano da minha vida que o 13 de Novembro não junta num simples jantar, com carne assada e arroz de marisco e bolo de bolacha, todos nós. Natal. Invejar a inocência nos olhos dos sobrinhos  quando chega o pai natal. Ser pai natal para a família nova. Fim de ano. Aniversário surpresa. A Chiclet. 2 meses de quatro patas. Sentir que são mais que cadelas, são família. Acordar e não ter o carro. Perceber o que é um roubo. A revolta de me roubarem o carro. Aceitar que não mais o verei. O medo. Ter medo. Viver com medo. Aqueles dias sozinha em casa à noite. A protecção da cadela mais velha. Não dormir. Não comer. A cadela mais velha a tomar de mim. Deixar o medo controlar-me. Mudar de casa. 1 de Abril – senhor agente telefona e tem o meu carro. Sentar-me na secretária e chorar copiosamente de telemóvel na mão. “Pensava que nunca mais ia ver o meu carro”. Ligar à mãe a contar “Oh, não me enganas, já te conheço, hoje é dia das mentiras”. Ir buscar o carro. Ter medo de saber o que aconteceu com ele. Descomprimir de 3 semanas sem dormir e sem apetite. Sentir tudo. Corpo dorido. Casa nova. Enxoval. Tupperwares. A nossa casa.
Hoje. Sou uma pessoa diferente. O amor transformou-me, trouxe o meu lado bom á superfície. Olho para mim e tenho orgulho no que me tornei. As feridas do passado estão saradas e perdoei-me. Comecei de novo sem deixar que os erros do passado afectassem quem não ter de pagar por isso.
O medo. O medo controla-me. E sou diferente por isso. Mas, não podendo fazer muito, espero pelo tempo, já sei que ele cura tudo. E vamos continuando a vida a 2 + 3, de sorriso nos lábios, porque o que importa mesmo, não se rouba.

Curiosidade: O ultimo post ser sobre medo. O ultimo paragrafo deste post ser sobre medo. Cabrão.

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