quarta-feira, 7 de setembro de 2011

As vezes...

... acho que sou um E.T., depois encontro pessoas com as mesmas crenças que eu e sinto-me melhor.

"Há gente que não sofre por falta de amor, sofre por falta de alguém. Pessoas que podem estar solitárias, não podem é estar sozinhas. E então atiram-se de cabeça para todas as oportunidades que lhes surgem pela frente, não cuidando de perceber se aquela pessoa tem o que de facto é importante para a fazer feliz. Muitas vezes deixam de estar sozinhas, arranjam alguém, mas não deixam de estar solitárias. E este estado dura, muitas vezes, anos e anos.

Mais importante do que sermos obcecados em encontrar alguém, em apagar o rótulo de "encalhado", é descobrirmos as coisas que nos fazem felizes e que podemos fazer sem outra pessoa. Esse processo de aprendizagem não é fácil, e há mesmo que nunca consiga chegar a este estádio, porque há quem não goste, mesmo, de fazer nada sozinho, e ache deprimente fazer coisas sozinho, e recusa-se a fazer coisas sozinho. Como não se encontram pessoas a toda a hora, o que acontece é que quem vive nesse sentimento acaba por não fazer nada. E ao não fazer nada gera mais ansiedade, mais necessidade em encontrar alguém, uma companhia, e como a espera por vezes é longa, lá está, atira-se à primeira coisa que aparece. E é este o ciclo.


Ninguém melhor do que nós sabe aquilo que nos faz bem. Mas nós não somos seres imutáveis, nem nunca nos conseguimos conhecer em pleno, podemos sempre aprender coisas novas, descobrir coisas de que, afinal, gostamos. Para isso temos de ter iniciativa e vontade, força, perseverança, temos de perceber que se queremos mesmo ser felizes não temos de encontrar alguém, temos de nos encontrar a nós próprios.


Os momentos em que estamos sozinhos são as melhores oportunidades para fazermos aquilo que bem nos apetece. Não estamos condicionados por vontades alheias, não temos de fazer cedências - "hoje fomos aqui porque tu quiseste, hoje vamos ali" -, só que essa liberdade é quase sempre condicionada pela inércia, pela ideia de que não conseguiremos desfrutar de um prazer se estivermos sozinhos. Há quem diga que jamais seria capaz de fazer uma viagem sozinho. Só que, por achar isso, nunca a fez. Se calhar se fizesse perceberia que viajar sozinho pode ser maravilhoso. E, para mim, não há coisa mais deprimente do que viajar, viver ou partilhar coisas com uma pessoa que não se ama e de quem nem sequer gostamos particularmente.
Se conseguirmos ser felizes sozinhos, conseguimos ganhar um brilho que chamará mais depressa as pessoas interessantes. Se conseguirmos ser felizes sozinhos conseguiremos apurar os nossos critérios de escolha na altura de decidir se devemos ou não arriscar uma relação com outra pessoa. Se conseguirmos ser felizes sozinhos perdemos a pressa. E quando não temos pressa, chegamos sempre lá."

Eu estou sozinha porque quero, e tenho orgulho nisso!

1 comentário:

Catarina disse...

Eu concordo com essa parte que colocaste em destaque. Eu gostei muito da minha fase "single".
No fundo, o importante é estarmos bem connosco, seja sozinhas ou acompanhadas.

Um beijinho e... parabéns! :)