quarta-feira, 22 de abril de 2009

Gosto da forma como ele fala.
Da forma como articula as palavras.
Da forma como vai buscar palavras dificeis, para que as coisas que diz, pareçam mais sérias.
Gosta da forma como constrói as frases.
Quase que faz um diálogo sozinho.
Gosto disso.
Gosto da forma como as outras pessoas ficam a ouvi-lo. Deslumbram-se, como eu.
Gosto depois de ver que todas as palavras dificeis, as frases, os diálogos, são só isso, palavras.
Que as atitudes são de facto, outra realidade!
As atitudes já não são feitas de forma cuidadosa! São as atitudes do verdadeiro "eu" dele. Aquele que tanto ele foge. Aquele que ele, tanto, tenta não ser.
Seduz com as palavras, desilude com as acções.
Comigo, contigo, com eles, e com ele (mesmo).

E numa tentativa desesperada de ser o que fala, ele procura corrigir os erros com conversas novas, na esperança que "seja desta vez".
E nunca é.
Porque as conversas antigas ficaram por resolver.
E ele continua frustado com a diferença do ser e do querer ser.

Gosto da forma como ele fala, como articula as palavras, de como usa as palavras dificeis.

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