sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O vermelho, a avó, eu e a consciência.

Eu tenho muita roupa. E maioria dela é diferente e esquisita e com cortes estranhos e cores, muitas cores.
Ontem apetecia-me isso, cores garridas, com botas e leggins e colares e encharpes, alegria, muita alegria.
E vesti, vesti a minha cor, o vermelho, mas com bandelete e tudo.
E vi-me ao espelho, e senti-me a pior neta do mundo. A avó foi embora ainda não passaram dois meses. "Que falta de respeito" pensei.
E despi. Despi tudo raivosamente. Não sei se com raiva de mim, se dela, se da sociedade que põe e dispõe de regras e moralismos.
E se por dentro tinha todas as cores do mundo a habitar em mim, ficou tudo escuro de novo.
Senti-me parvinha, mas parvinha e burrinha e tolinha "É o filha da puta do vermelho que me vai dar a avó R. de volta?". "NAO". Então porque raio me sinto tão mal com isto?

Filha da puta da consciência.

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