Faço discursos mentais antes de chegar.
Vou pelo caminho a falar comigo com tudo na ponta da lingua, tudo muito sábio, tudo muito bem dito. Tudo muito racional. Tudo com uma certeza no tom de voz, que até a mim me convenço.
Depois ele chega e eu fico muda.
Não sei que lhe dizer, se lhe dou a mão, se o abraço. Se espero que ele fale.
Os olhos dele são outros. Vêm pesados. Os braços não se mexem. Estão pesados. Ele está pesado. Está tudo lá dentro.
Faço discursos mentais antes dele chegar.
Percebo que não sou eu que tenho de discursar.
Calo-me e fico à espera de ouvir.
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