quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu ás vezes acho que há alguém a observar a minha vida e a escrever sobre ela.

- abre os olhos, o peito e o coração. não mostres é logo a alma. confia acima de tudo nos teus instintos que tu raramente te enganas seja lá no que for.
porque dizes isso?
- porque és das pessoas mais sensatas e certeiras que conheço.
- tu tem-la?
- à intuição? bastante.
- somos tão parecidos e tão diferentes. só ainda não descobri quem é que tem o coração frio e quem é que tem o coração quente.
- o meu é quente mas está forrado com armadura de gelo.
- achas que o meu é o inverso ? 
- não. tu és mais coração se for preciso. acho que a diferença está nas almas. 
- o que é a alma? alma? não sei se tenho.
- alma para mim é o teu todo. e eu acho que a minha quando se vê ameaçada incha muito, põe o mundo pequeno a dar-me pelo tornozelo. eu preciso de sentir-me imponente. não vacilo. só penso em técnicas de guerra. tu não, olhas nos olhos o mundo e desarma-lo. somos diferentes ai. tu não tens medo que cheguem perto de ti porque sabes fazê-los recuar. eu não sei, então, isolo-me. tu passas a mensagem, o teu corpo passa-a. os teus gestos são declarações feitas no ar. 
- não dou conta, mas sabes que eu estou muito menos em controlo do que tu, ainda que penses o contrário.
- eu sei. eu se baixo armas atraio pessoas, estou em constante sobreaviso. tu não, tu olhas percebes se a pessoa é boa ou não e o teu corpo envia a mensagem certa. o meu não. 
- as pessoas reagem ao que lhes fazem e à forma como são tratadas, matematicamente falando, se souberes os algoritmos certos consegues fazer a pessoa tomar a atitude que tu queres perante ti mesmo. há diferentes pessoas, diferentes formas de reagir a diferentes comportamentos, se dominares isso, então, dominas o universo de pessoas que tens na tua vida. 
- eu gosto de pessoas. não consigo resistir a não observá-las. é por isso que a mensagem falha, há sempre interesse.
- observa de longe, não consegues ? 
- muitas vezes não. 
- és um caso perdido.
 

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